Fragmentada Escritura-Blog Literário
Giselle Serejo
Considerações a cerca dos “Eus” e da Poesia- O Texto
Nu. Zemaria Pinto.
“O “eu lírico” ou o ‘eu poético”, a voz emissora do poema,
deve ser visto pelo crítico ou leitor como uma máscara (persona do autor). O poeta alarga a sua percepção do mundo
e verbaliza em valores positivos e ou negativos tal percepção, daí resultando o
poema, que vai refletir sua experiência pessoal, pois é disso que se alimenta a
literatura: da realidade recriada,transmutada,transfigurada.
Poesia é, pois, FICÇÃO. Do contrário seria CONFISSÃO,
e a ninguém interessa a dor pessoal de ninguém. Poesia também é FISSÃO,
rompimento, fratura, fragmentação, reinvenção da linguagem. Equacionando, para
gozo dos estruturalistas.
POESIA=
FICÇÃO+FISSÃO-CONFISSÃO!
E com esse breve, mas. elucidativo trecho de
texto....me despeço!!!!
PASSEIO
de Hilda Hilst
1
Não haverá um equívoco em tudo isso?
O que será em verdade transparência
Se a matéria que vê, é opacidade?
Nesta manhã sou e não sou minha paisagem
Terra e claridade se confundem
E o que me vê
Não sabe de si mesmo a sua imagem.
E me sabendo quilha castigada de partidas
Não quis meu canto em leveza e brando
Mas para o vosso ouvido o verso breve
Persistirá cantando.
Leve, é o que diz a boca diminuta e douta.
Serão leves as límpidas paredes
Onde descansareis vosso caminho?
Terra, tua leveza em minha mão.
Um aroma te suspende e vens a mim
Numas manhãs à procura de águas.
E ainda revestida de vaidades, te sei.
Eu mesma, sendo argila escolhida
Revesti de sombra a minha verdade.
de Hilda Hilst
1
Não haverá um equívoco em tudo isso?
O que será em verdade transparência
Se a matéria que vê, é opacidade?
Nesta manhã sou e não sou minha paisagem
Terra e claridade se confundem
E o que me vê
Não sabe de si mesmo a sua imagem.
E me sabendo quilha castigada de partidas
Não quis meu canto em leveza e brando
Mas para o vosso ouvido o verso breve
Persistirá cantando.
Leve, é o que diz a boca diminuta e douta.
Serão leves as límpidas paredes
Onde descansareis vosso caminho?
Terra, tua leveza em minha mão.
Um aroma te suspende e vens a mim
Numas manhãs à procura de águas.
E ainda revestida de vaidades, te sei.
Eu mesma, sendo argila escolhida
Revesti de sombra a minha verdade.
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